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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro fez 5 saques em um dia

sábado, 8 de dezembro de 2018

Relatório aponta que ex-assessor de Flávio Bolsonaro fez 5 saques em um dia








Sete servidores fizeram depósitos na conta de ex-assessor de Flávio Bolsonaro, diz Coaf
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, detalha que Fabrício de Queiroz, ex-assessor na Alerj do deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, chegou a fazer 5 saques em apenas um dia. O relatório, revelado pelo jornal Estado de São Paulo, ao qual a TV Globo teve acesso, mostrou movimentações financeiras consideradas suspeitas na conta do ex-assessor de mais de R$ 1,2 milhão.
O documento revela que Queiroz chegou a fazer 176 saques em dinheiro em 2016. Segundo o documento, a média foi de uma retirada a cada dois dias.
No total, as retiradas somaram quase R$ 325 mil, com saques que chegaram a R$ 14 mil. O relatório mostra ainda que houve 59 depósitos em dinheiro na conta de Queiroz, com entrada de mais de R$ 12 mil.
A ex-secretária parlamentar e atual mulher de Jair Bolsonaro, Michele de Paula Bolsonaro, foi favorecida em uma dessas movimentações. Ela recebeu R$ 24 mil. Segundo Bolsonaro, o valor era referente a uma dívida que o ex-assessor tinha com ele. O presidente eleito afirmou ainda que eles eram amigos e que emprestou o dinheiro porque Fabrício estava com problemas financeiros.
Na manhã deste sábado (8), durante uma cerimônia no Centro do Rio, Jair Bolsonaro disse que "ninguém" recebe ou repassa "dinheiro sujo" por meio de cheque nominal. Ele reafirmou que os depósitos na conta da mulher se referem ao pagamento de uma dívida de R$ 40 mil de Queiroz com o próprio Bolsonaro.
O presidente eleito disse que o dinheiro foi depositado na conta da futura primeira-dama por "questão de mobilidade", já que ele tem dificuldade para ir ao banco em razão da rotina de trabalho.

Sete servidores fizeram movimentações para conta de ex-assessor

O relatório do Coaf também revela que sete servidores que trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), fizeram transferências bancárias para uma conta do ex-assessor Fabrício de Queiroz.
Entre os nomes citados estão o da filha de Fabrício, Nathalia Melo de Queiroz, a dele, mulher Márcia Oliveira Aguiar, e também: Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luís de Souza, Luíza Souza Paes, Raimunda Veras Magalhães e Wellington Servulo Rômulo da Silva.
Márcia Oliveira de Aguiar aparece na folha de pagamento da Alerj de agosto de 2017 como consultora parlamentar e salário de R$ 9,2 mil.
Nathália trabalhou com Flávio na Alerj entre 2007 e 2016 e, menos de uma semana depois de ser exonerada, foi nomeada secretaria parlamentar no gabinete de Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados em Brasília. Nathalia deixou o cargo na Câmara dia 15 de outubro, mesmo dia em que o pai foi exonerado do gabinete de Flávio na Alerj. Junto ao nome de Nathalia está o valor total de R$ 84 mil.
A outra filha de Fabrício, Evelyn Melo de Queiroz, foi nomeada em dezembro de 2016 como assessora de Flávio, na vaga da irmã Nathália. O nome de Evelyn aparece na folha de pagamento com um salário líquido de R$ 7,5 mil.
O Ministério Público Federal encomendou o relatório sobre funcionários da Assembleia Legislativa do Rio durante a operação Furna da Onça, que prendeu 10 deputados estaduais no mês passado.
No documento há informações de que Fabrício de Queiroz movimentou, em apenas um ano, R$ 1,2 milhão em uma conta.
Nesta sexta, antes de saber da publicação sobre os sete servidores, Flávio Bolsonaro afirmou que conversou com Fabricio de Queiroz e disse que ele vai prestar esclarecimentos assim que for chamado pelo Ministério Público.
“Fui cobrar esclarecimentos dele sobre o que tava acontecendo. A gente não tem nada a esconder de ninguém. Ele me relatou uma história bastante plausível. Me garantiu que não teria nenhuma ilegalidade nas suas movimentações, portanto, ele, assim que for chamado ao Ministério Público, vai dar os devidos esclarecimentos. Só que quem tem que ser convencido não sou eu, é o Ministério Público”, afirmou Flávio.
O Ministério Público Federal disse que está investigando as operações ligadas aos deputados presos na operação Furna da Onça. Sobre a movimentação do ex-assessor Fabrício de Queiroz, o MPF não esclareceu se se vai abrir algum procedimento para a analisar essas transações. O Ministério Público Estadual informou que já foi aberta uma investigação criminal para apurar todas as informações contidas no relatório, só que, por enquanto, o processo vai tramitar sob sigilo.

Ilustrações com panda escondido entre metaleiros e Star Wars

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


Ilustrações com panda escondido entre metaleiros e Star Wars viram hit


Depois de o ilustrador húngaro Gergely Dudás criar uma ilustração em que um panda gigante aparece escondido entre bonecos de neve, outras versões têm feito sucesso nas redes sociais.
Em uma das ilustrações, o panda aparece escondido entre metaleiros, e na outra, entre soldados do Império, da saga Star Wars.
Ilustração com o panda entre os metaleiros soma mais de 2 milhões de visualizações (Foto: Reprodução/Imgur/Eselhest )Ilustração com o panda entre os metaleiros soma mais de 2 milhões de visualizações (Foto: Reprodução/Imgur/Eselhest )
A versão que mostra o panda escondido entre soldados do Império alcançou mais de 400 mil visualizações no Imgur (veja aqui). A ilustração com o panda entre os metaleiros soma mais de 2 milhões de visualizações em quatro dias no Imgur (clique aqui).
Versão que mostra o panda escondido entre soldados do Império alcançou mais de 400 mil visualizações (Foto: Reprodução/Imgur/Oneste)Versão que mostra o panda escondido entre soldados do Império alcançou mais de 400 mil visualizações (Foto: Reprodução/Imgur/Oneste)

Bill Cosby tem mandado de prisão por abuso sexual

Bill Cosby tem mandado de prisão por abuso sexual expedido, diz revista

O comediante americano Bill Cosby em imagem de 17 de janeiro de 2015 (Foto: Barry Gutierrez/Reuters)O comediante americano Bill Cosby em imagem de 17 de janeiro de 2015 (Foto: Barry Gutierrez/Reuters)

O comediante americano Bill Cosby, de 78 anos, teve um mandado de prisão expedido por supostamente ter drogado e abusado sexualmente de uma ex-funcionária em 2004, informa nesta quarta-feira (30) a “People”.
De acordo com a revista, que fala em fontes anônimas, Andrea Constand, de 42 anos, trabalhava na mansão de Cosby na Pensilvânia. Ela não comentou o caso, mas uma de suas advogadas agradeceu à promotoria.
“Obviamente, nós agradecemos pela expressão de confiança”, afirmou Dolores Troiani. “Vamos ver o que acontece. Esperamos que a justiça seja feita. Vamos cooperar totalmente.”
Ainda segundo a “People”, Andrea Constand atualmente trabalha como massagista em Ontário, no Canadá.
Mais de 50 mulheres já alegaram ter sido drogadas e sexualmente violentadas por Bill Cosby, que nega as acusações.
Ele também havia anteriormente dito que sua relação com Andrea Constand foi consensual, mas a ex-funcionária alega que, na época em que teria ocorrido o crime, ela estava em um relacionamento com outra mulher.
Andrea se refere ainda ao humorista como um “narcisista” que não percebeu que ela era homossexual.
Bill Cosby processou 7 mulheres

No dia 14 de dezembro, Bill Cosby abriu um processo por difamação contra sete das mais de 50 mulheres que o acusaram de abuso. O ator rotulou as acusações das sete mulheres de “malvadas, oportunistas, falsas e difamatórias”, e de serem “uma mera tentativa para conseguir dinheiro” e “arruinar” sua reputação.
As mulheres acionadas por Cosby são Tamara Green, Therese Serignese, Linda Traitz, Louisa Moritz, Barbara Bowman, Joan Tarshis e Angela Leslie.
Segundo a advogada de Cosby, as acusações “lhe causaram e continuam lhe causando dor substancial e danos a sua reputação, contratos empresariais, vergonha, mortificação, danos a suas propriedades, empresas, comércio, profissão e ocupação”.
“O senhor Cosby alega sem rodeios que ele não drogou e não abusou sexualmente das acusadas e que cada uma delas publicou, maliciosamente e com pleno conhecimento, comentários falsos e acusações desde 2014 até hoje, em uma tentativa de prejudicar sua reputação e extrair benefícios pecuniários”, afirmou Monique.
O advogado que representa as sete mulheres, Joseph Cammarata, por sua vez rotulou o movimento de “jogada básica de qualquer advogado”, e destacou que Cosby apenas iniciou ações contra sete delas, quando há dezenas de outras mulheres que o processaram.
Supostas vítimas posaram para revista

Em 27 de julho, a revista “New York Magazine” publicou em sua capa as fotografias de 35 mulheres que garantem que foram vítimas de abuso sexual por parte de Cosby e que detalharam suas acusações.
As mulheres apareceram fotografadas em preto e branco e sentadas com a mesma postura, ao lado de uma cadeira vazia, que representava as outras que não puderam tornar públicas suas acusações.
Desde então, no entanto, o número de mulheres que processaram o ator já chegou a aproximadamente 60.
O artista foi durante as décadas de 1960, 1970 e 1980 o grande referencial da comédia televisiva nos Estados Unidos com seu programa “The Cosby Show”, emitido pela emissora “NBC”.
Edição desta quinzena da 'New York Magazine' traz na capa fotos de 35 das 46 mulheres que acusam o comediante Bill Costy de estupro (Foto: Reprodução)Edição desta quinzena da ‘New York Magazine’ traz na capa fotos de 35 das 46 mulheres que acusam o comediante Bill Costy de estupro (Foto: Reprodução)

Globo Play nas Smart TVs LG

Globo Play é lançado nas Smart TVs da marca LG

Globo Play funciona em diferentes tipos de tela (Foto: Divulgação/Globo Play/G1)
Globo Play funciona em diferentes tipos de tela (Foto: Divulgação/Globo Play/G1)

O Globo Play, plataforma digital de vídeos da Globo, foi lançado em Smart TVs das marcas LG. Também é possível acessá-lo nas Samsungs lançadas em 2013 e 2014. Em breve, o aplicativo estará disponível em Smart TVs das marcas Sony, Philips e Panasonic.
No sábado (26), com menos de dois meses de lançamento, o Globo Play ultrapassou a marca de 3 milhões de downloads. Ao todo, os aplicativos para Android e iOS foram baixados 3.056.602 vezes.
Quem tiver baixado o aplicativo do Globo Play em Smart TVs 4K poderá assistir nesta sexta-feira (1º) ao primeiro capítulo da minissérie “Ligações perigosas” no formato em ultra alta definição antes mesmo de ir ao ar na TV aberta. É a primeira vez em que a Globo promoverá a estreia de um produto exclusivamente no ambiente digital. Após a estreia na TV aberta, prevista para o dia 4 de janeiro, os outros capítulos em 4K e na versão em HD serão disponibilizados diariamente, em todos os dispositivos, após a exibição na TV.
Conheça o aplicativo

O Globo Play oferece acesso gratuito a trechos de novelas, séries e minisséries, assim como a programas jornalísticos e telejornais esportivos. Os assinantes da Globo.com têm acesso às íntegras de novelas, séries e programas de humor. A assinatura da Globo.com custa R$ 12,90.
A programação ao vivo está disponível nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo (consulte o município). No aplicativo no celular, é preciso habilitar o serviço de localização do GPS. No computador, o aplicativo faz a localização automaticamente via IP.
Como baixar no Android

Para baixar o aplicativo para aparelhos móveis com sistema operacional Android, o usuário deve acessar a loja de apps do Google, a Google Play. Basta buscar por “Globo Play”, selecionar o programa e clicar no botão para baixar.
Como baixar no iOS

Se você tem um aparelho Apple, como um iPhone ou iPad, pode baixar o aplicativo na App Store. Busque “Globo Play” na loja e selecione a opção de download.

Anitta No ACRE

‘Triste’, diz Anitta após comentário preconceituoso sobre show no Acre

Anitta respondeu comentário preconceituoso sobre shows no Acre (Foto: Reprodução/Facebook)
Anitta respondeu comentário preconceituoso sobre
shows no Acre (Foto: Reprodução/Facebook)

Após fazer dois shows no Acre no último fim de semana, a funkeira Anitta postou uma foto da apresentação dela em sua página oficial no Facebook.
Apesar dos comentários positivos em relação ao show, um compartilhamento seguido de um comentário preconceituoso chamou a atenção da cantora.
A postagem de Anitta foi compartilhada com o comentário “Anitta foi ao Acre. Já sei que ela está em fim de carreira, quem no auge de sua carreira vai querer ir ao Acre (sic)”, disse.
Indignada com o comentário, a funkeira lamentou o ocorrido e respondeu a postagem destacando que ela e toda sua equipe repudiam qualquer tipo de preconceito.
“Que comentário triste. O Acre é um estado lindo e muito receptivo. Se meu trabalho ter chegado até aqui significa estar em fim de carreira eu quero estar pra sempre assim. Voltarei quantas vezes me convidarem”, finaliza.
A postagem não foi mais encontrada após ser rebatida pelos de fãs da cantora, porém, em seguida o internauta voltou a lamentar a resposta da cantora. O G1 tentou contato com o autor da postagem, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Polêmica da hastag

Em outubro, a cantora se envolveu em uma polêmica com Acre quando publicou em seu Twitter que o estado que mais tivesse a hastag #bang, nome da nova música e clip ganharia a presença da cantora na pré-estreia do vídeo. O Acre foi o estado campeão no Trending Topics, mas a cantora alegou que a votação contou com auditagem da plataforma “flowic_br” e não levou em consideração votos de “robôs”, o que gerou insatisfação de alguns internautas.

Estreia: ‘A marcha’

Estreia: ‘A marcha’ ressoa no presente abordando protesto contra o racismo

Apesar de produzido e lançado na França em 2013, “A Marcha” não poderia ser mais contemporâneo. O tema do longa do belga Nabil Ben Yadir é intolerância e racismo, em pauta em toda a Europa no momento. O filme começa com um tiro e termina com uma marcha pacífica que mudou a vida dos imigrantes e outras minorias na França de François Mitterrand.
Numa noite, enquanto foge de um cachorro raivoso, Mohamed (Tewfik Jallab) leva um tiro da polícia, apenas porque estava correndo. Ele sobrevive à agressão, mas resolve protestar contra a situação, na companhia de outros amigos –a maioria jovem e de origem estrangeira– de Minguette, um bairro de baixa renda de Lyon. A ideia é fazer uma marcha desde o sul da França até Paris e, com isso, chamar a atenção da opinião pública e autoridades.
Inspirado em fatos reais, mas tomando algumas liberdades, o roteiro, assinado pelo diretor e Nadia Lakhdar e Ahmed Hamidi, concentra-se nos dramas individuais dos participantes do protesto mais do que num escopo panorâmico e histórico, embora não deixe de dar a devida dimensão à história.
O grupo começa com poucas pessoas: além de Mohamed – personagem inspirado na figura real Toumi Djaidja –, um padre, Christophe Dubois (Olivier Gourmet), os jovens Sylvain (Vincent Rottiers) e Farid (M’Barek Belkouk), um músico (Nader Boussandel), uma canadense (Charlotte Le Bon), Kheira (Lubna Azabal) e sua sobrinha, Monia (Hafsia Herzi).
Não são poucas as ocasiões em que o grupo encontra hostilidade no meio do caminho –desde uma arma apontada para eles até uma suástica cravada a faca nas costas de um dos membros. Ainda assim, mantém seu espírito pacifista, até quando agentes infiltrados do governo tentam provocar uma briga para os desmoralizar. Desse grupo, Kheira é a pessoa com mais consciência política e, até por isso, irrita-se e discorda de diversos pontos e de estratégias sugeridas pelos colegas.
Não por acaso, o movimento do grupo por direitos sociais ecoa as rebeliões dos anos de 1960. Percorre o filme um espírito utópico daquela época, e a presença da canção “California Dreamin”, de 1965, serve para sublinhar essa ponte que o diretor está fazendo. Não é difícil simpatizar com o grupo e sua causa – especialmente em tempos tão obscuros como o nosso – mas o diretor, às vezes, exagera, compensando em momentos em que os manifestantes são confrontados, não por seus ideais, mas por seu modus operandi.
Num certo momento, o filme evoca um fato real, o assassinato de Habib Grimzi, morto a facadas e lançado pela janela de um trem, em novembro de 1983, por um grupo de jovens que pretendiam alistar-se na Legião Estrangeira.
É nesse momento, mais do que em qualquer outro, que o filme ressoa no presente, lembrando que, por mais que os manifestantes de três décadas atrás tenham obtido vitórias, muito resta para ser feito nas questões do racismo e da intolerância.

Estréia: ‘Que viva Eisenstein!’

Estréia: Greenaway subverte aura de artista russo em ‘Que viva Eisenstein!’

Eisenstein (Foto: Divulgação)
‘Que viva Eisenstein’ (Foto: Divulgação)

O veterano diretor inglês Peter Greenaway esbanja excessos visuais (alguns, como de hábito, belíssimos) para filmar “Que Viva Eisenstein! – 10 Dias que Abalaram o México”, história baseada em fatos reais, sobre a atribulada passagem do renomado cineasta russo Sergei Eisenstein (1898-1948) pelo México, em 1931.
O filme estreia nesta sexta-feira no Rio de Janeiro e na próxima quinta-feira em São Paulo.
É um momento de crise na vida de Eisenstein, que já filmara “Greve” (25), “O Encouraçado Potemkin” (25) e “Outubro” (28).
Apesar da consagração, inclusive internacional, o diretor tinha problemas para prosseguir na carreira. Fora atraído a Hollywood, mas ali não conseguira filmar. Estimulado por apoiadores esquerdistas, como o escritor norte-americano Upton Sinclair, ele viaja ao México, onde filmaria o nunca concluído “Que Viva México!”.
Mesmo apoiado em fatos, o que menos interessa ao inquieto Greenaway é uma cinebiografia. O que realmente tem em vista é mergulhar de modo delirante na vida pessoal de Eisenstein que, segundo o filme, seria ainda virgem aos 33 anos e teria finalmente superado suas inibições ao ter uma tórrida aventura com seu guia mexicano, o professor mexicano Jorge Palomino y Cañedo (Luis Alberti).
Como sempre com Greenaway, há nudez em profusão, aqui mais masculina, e nenhuma timidez para expor uma forte cena de sexo entre os dois homens – o que explica a recomendação etária para 18 anos, assim como a exposição de alguns dos muitos desenhos eróticos reais do diretor russo.
Apesar do interesse que se possa ter pelas contradições da vida de Eisenstein, que passaram também pela repressão sexual e a homofobia na terra natal (que, aliás, existe ainda hoje), o tom exagerado do filme e da interpretação do protagonista, o ator finlandês Elmer Bäck, resvalam na caricatura.
O protagonista é visto andando descabelado, nu, chorando, mesmo defecando. Melhor seria se a direção garantisse um pouco mais de ambiguidade, deixando entrever também a genialidade do artista retratado, que aqui parece não passar de uma espécie de palhaço excêntrico.
Aos 73 anos, Greenaway, autor de filmes arrebatadores como “O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante” (86), “Afogando em Números” (88, prêmio de contribuição artística em Cannes) e “O Livro de Cabeceira” (96), conseguiu, com a polêmica a partir da exibição do novo filme no Festival de Berlim, em 2015, atrair novamente atenção para uma carreira ultimamente um tanto menos notória.
Pelo menos seu apuro visual continua em forma, embora o mesmo não se possa dizer de seu equilíbrio artístico.
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